terça-feira, 5 de outubro de 2010

versão 2

Minha avó abriu um sorriso enorme ao ouvir a notícia de que eu prestaria Letras no final do ano. Tinha um fio de alface entre seus dentes.
E a memória disparou palavras de sua boca (!) : Canissal, canissal, cão e sal. Foi meu professor. O nome é grego. Agora está em São Paulo; ele que não gostava de mim, era sabida demais.

-Vó, vamos escovar os dentes?
-Tira o oxigênio.



-Letras?

-Vó, porque você tá deitando? A gente não ia escovas os dentes?
-Tinha uma pedra no meio do caminho.
-No meio do caminho tinha uma pedra.
-Que pedra suja!


sobre as pedras (versão 1)


Mas tinha uma pedra no meio do caminho. "Que pedra suja!" disse minha querida avó semi-lúcida, sobre a pedra do esquecimento em seu fluxo-caminho da sala para o banheiro. No meio do caminho tinha uma pedra; e ela se deitou na cama, ao invés de escovar os dentes.