quarta-feira, 31 de março de 2010

o embate bruto com um objeto concreto faz com que eu, de repente, me sinta existente também como um objeto duro.

pela dor se faz contornos e concretude além da efemeridade da carne que pensa.

Osso tão duro quanto muro, tão quina quanto encontro de dois, tão rígido quanto o que pode, de súbito, esfacelar,

resta verbo?

segunda-feira, 29 de março de 2010

estrangeira still. brega in

in other mood
I felt like falling
in other language
just fighting to find out
other words with other sounds
to sound me different
to say me whispering
to calm (me) down
on stairs
on stars
on stage
one´s self
such thing just happens
someone is lost
souls are in dust
so sing me in a swing all

I, bet-bat,
better stop me in you.

segunda-feira, 22 de março de 2010

pontacabeça

Entre um passo e outro
um abismo.
Na iminência
fico eu paralisada,
gelo na boca do estômago
febre no peito
raízes nas costas
asas nos pés
tudo ao invés
ao revéz
diz-me:
onde?
ao norte
gente?
onde andas!
como estar-me
eu
existir posso
só.




solo.

segunda-feira, 15 de março de 2010

foi me dado um presente:
enxergar cores vibrantes
no dia em que desbotava.
foram tantas tantas tantas
que estômago embrulhou,
fraquejaram as pernas,
acelerou o coração.
o verde dos olhos de hoje,
o amarelo da flor,
cinza da cidade,
vinho de minhas unhas,
como se cada novo objeto
fizesse romper corte na pele
e restei eu.
morta de cansada
de ser atravessada.