domingo, 29 de novembro de 2009

janela

Olhos semi-cerrados
formam-se aos poucos
contornos
sob luz tímida de outro canto.

Aqueles dois sapatos posicionados ao meu lado são testemunhas do meu caminhar até aqui, com pernas próprias.

Olhos entre-abertos
refaço as imagens da cidade amanhecendo.
Pelos meus olhos passam tantos e molham os meus
nos seus
vejo e não vejo
apagam-se contornos
nos cachos do cabelo bagunçado
gotejam comigo
a serenidade da cidade,
o que em mim,
de mim
serena.

Arregalem-me, olhos
para que luz de outro canto adentre.

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