terça-feira, 23 de junho de 2009

respeito ao olhar para dentro

'não quero ferir ao outro nem por isso quero me ferir'
eu li na lousa do colégio.

vontade sem tamanho de ser (sem tamanho), do meu próprio tamanho.
de olhar a pele, o músculo, o osso. a história toda, as vontades todas, o que é meu de mim (tanto seu também)
Ontem, num ritual de busca, fiz comida, tomei coragem e sai na rua sem lançar mão de recursos automotivos; a pé, contando apenas com o que se deve contar. Depois da torta de limão e alguns poemas do Drummond um filme fútil. Pouco importa. O ritual começou no momento em que eu escolhi peça por peça de roupa, um tênis confortável, livro e água na bolsa. (e subi a Consolação olhando para cantos antes nunca vistos)
Pouco importa o que. eu estava apenas sendo: do doce da torta, às palavras dos poemas, ao picote do ingresso, à futilidade da minha geração.
agora eu quero ser.
despretensiosamente
e quero poder me ser, sem ferir a ninguém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário