'não quero ferir ao outro nem por isso quero me ferir'
eu li na lousa do colégio.
vontade sem tamanho de ser (sem tamanho), do meu próprio tamanho.
de olhar a pele, o músculo, o osso. a história toda, as vontades todas, o que é meu de mim (tanto seu também)
Ontem, num ritual de busca, fiz comida, tomei coragem e sai na rua sem lançar mão de recursos automotivos; a pé, contando apenas com o que se deve contar. Depois da torta de limão e alguns poemas do Drummond um filme fútil. Pouco importa. O ritual começou no momento em que eu escolhi peça por peça de roupa, um tênis confortável, livro e água na bolsa. (e subi a Consolação olhando para cantos antes nunca vistos)
Pouco importa o que. eu estava apenas sendo: do doce da torta, às palavras dos poemas, ao picote do ingresso, à futilidade da minha geração.
agora eu quero ser.
despretensiosamente
e quero poder me ser, sem ferir a ninguém.
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